segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O bater do vento sob as rosas brancas

Zé, nunca gostei de coisas comuns..,do fácil, do recíproco. Olhe para a cachoeira imensa e perfeita Zé. Em toda tua volta existem rosas vermelhas, vasos lindos e deixados para trás como folhas a dançar tropeçando. Quero um acordo com o tempo, com o vento. Do tempo só quero que ele passe devagar, que ele saiba bailar; do vento só espero que não bata em meu rosto ao abrir a janela emperrada de meu quarto branco-esperança.
Se fosse escolher uma cor para teu corpo Zé, seria azul. Azul feito céu, azul feito calma, cama, azul fosco. Às rosas brancas encontradas conversando com meu abajur rose foi deixada por você? O vento a quebrava e a contorcia enquanto a pequena tentava acalmar. Um copo de água deixado no quanto a fazia babar; secar. Cuidei então, a fiz melhorar. Tão grandiosa, charmosa, coloquei-a na mesa mais importante da sala da estar. Ela ia morrendo, ia lutando, envelhecendo, queria seu velho lugar. Só em cima do abajur rose ela soube se tratar.

(Fernanda Lionetti)

Nenhum comentário:

Postar um comentário