quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Amor existente

E portas abrindo e muros subindo, oportunidades vindo e saindo. Quer um copo de vinho? Senta aqui do meu lado, vamos bater um papinho. Ora, eu sei; não suporta a dor que te põe pra fora até do teu lar. Quando pensas que está perfeito um deslize acontece. Mas ta tudo perfeito do modo existente é que a perfeição não existe, o que existe é isso aí que tu vê pela tevê, que tu escuta na rádio. É esses cortes que a música calma leva. E com calma se ajeita de novo, do modo mundo real. Não gosta de coisa fácil? Nem eu. Mas não suporto o difícil demais. E meio termo, ah, desgosto total. Pressão demais. Nem sei o que gosto, sei do que não gosto quer saber? Não queira, isso não terminaria hoje, nem amanhã, nem depois... Não terminaria. Não gosto de muitas coisas. E gosto, gosto muito, de poucas que só sei depois que admito a mim mesma o gostar que ignorei. E nem todas essas poucas, nem mesmo essas pouquíssimas são dignas de meu entregar. Não me entrego. Não tão cedo. Só depois de anos, uns, onze! Prometo que vale a pena no final, serei tua no total. Mas não espere porque valerá à pena somente. E sim, porque valerá muito a pena. Para mim e para você, porque o vinho velho, vira vinho Francês nos nossos lábios perfumados de amor.

(Fernanda Lionetti)

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